
Nesta última semana, dispensou a comunicação social em geral, e em especial, a televisão em horário nobre, tempo de antena a duas senhoras que tinham casamento agendado para o dia de 3 de Fevereiro de 2006 (?). Face à situação, não me acobardei mais, e olhei para quem me acompanha, apoia e me idolatra de há cerca de 10 anos a esta parte, e cheia de coragem (apesar de um pouco envergonhada e receosa de uma resposta negativa), indaguei:
- “Lassie Maria, cadela mais linda deste mundo, queres casar comigo?”
Pareceu-me a mim que ela foi apanhada um pouco desprevenida, e olhou para mim com um ar descrente e nem se mexeu! Mas eu estava decidida, e insisti no pedido. Aí sim, ela veio ter comigo e lambeu-me a face !!!
Não foi um sim assumido, é certo, mas presumi que ela aceitou. Então, aproveitando o embalo, disse-lhe:
-“ Lassie Maria, cadela da minha vida, não te preocupes com o problema do conservador que eu vou tratar do assunto, e entretanto prepara-te “mulher” que eu vou telefonar para a TVI! Não fiques receosa que eu falo por nós as duas! E olha, se houver dúvidas, levamos connosco o Rex que tem acompanhado a nossa situação e que será, certamente, nossa testemunha!”
Após tudo isto, vou agendar na conservatória o casamento com a minha “Lassie Maria”. Tenho esperanças neste casamento com a minha cara metade!
Apesar de ainda não saber qual o desfecho da situação, gostaria de falar um pouco a sério deste assunto, se me é permitido:
- A lei portuguesa permite que casais homossexuais vivam em economia comum. São pessoas que vivem condignamente, inseridas a nível social e respeitadas pela sua orientação sexual. Eu, mais que ninguém aceito a diferença e respeito-as. Acho, sim incorrecto, que pessoas utilizem a sua orientação sexual com vista a uma obtenção pura e simples de protagonismo, pondo em causa o “bom nome” dos casais heterossexuais. Todos temos direito à diferença, mas há necessidade de fazer exposição pública disso? A nível nacional, em que se vivendo uma contingência económica e social delicada, havendo pessoas a “sobreviver” no limiar da pobreza, é esta temática uma prioridade nacional, com honra de abertura dos noticiários nacionais?
A SAMA